A província de Cabo Delgado, com uma sero-prevalência de 10,5%, continua a enfrentar desafios significativos no diagnóstico, tratamento e prevenção do HIV/SIDA. De acordo com Teles Jemusse, Coordenador Provincial do Conselho de Combate e Prevenção do HIV/ Sida em Cabo Delgado, cerca de 165 mil pessoas vivem com o HIV, das quais aproximadamente 125 mil estão em tratamento.
Teles alertou ainda que 15% a 20% das pessoas ainda desconhecem o seu status serológico, o que dificulta a detecção precoce e o início do tratamento.
"Temos cerca de 165 mil pessoas a viver com HIV, e destas, pelo menos 125 mil estão em tratamento. Ou seja, ainda existe uma diferença entre o número de pessoas que vivem com o HIV e o número de pessoas que estão a receber o tratamento", explicou Teles Jemusse.
Nos primeiros nove meses de 2025, foram realizados 693.122 testes de HIV, dos quais 16.896 resultaram positivos, o que representa uma redução de 8% em relação ao mesmo período de 2024. Embora o número de novos casos ainda seja elevado, a diminuição nos diagnósticos positivos indica que as campanhas de prevenção estão surtindo efeito.
"Estes números revelam progresso e esperança, o que nos lembra que o tratamento anti retroviral, quando seguido corretamente, leva à supressão viral, um estágio em que o vírus se torna indetectável e não transmissível. No entanto, gostaríamos de apelar a quem ainda não contraiu o vírus, para que a prevenção continue sendo o melhor caminho. Por isso, é importante seguir as medidas de prevenção divulgadas pelas autoridades de saúde", destacou Fernando de Souza, Secretário de Estado na Província de Cabo Delgado.
Por outro lado, estima-se que cerca de 4.000 mortes anuais ocorram em Cabo Delgado devido ao HIV, um reflexo das dificuldades de acesso contínuo ao tratamento em áreas afetadas pela insegurança e mobilidade da população. Até setembro de 2025, 17.719 pessoas iniciaram o tratamento com antirretrovirais, incluindo 936 crianças. No total, 126.238 pacientes estavam ativos no tratamento, com uma porcentagem significativa de crianças beneficiadas.
"Não temos um número específico de óbitos, o que temos são estimativas. A mobilidade da população dificulta o acompanhamento, mas estima-se que cerca de 4 mil mortes por HIV ocorram anualmente", afirmou Teles Jemusse.
Embora Cabo Delgado mostre sinais de progresso na redução de novos casos e no aumento do acesso ao tratamento, o desafio de garantir que todas as pessoas tenham acesso contínuo ao tratamento e cuidados médicos persiste. A luta contra o HIV/SIDA continua exigindo esforços contínuos de prevenção, diagnóstico precoce e adesão ao tratamento, para que a província consiga avançar na conquista de uma sociedade mais saudável e livre da doença.(MRTV)
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