A malária continua a ser uma das principais causas de morte em Cabo Delgado, tendo provocado 39 óbitos e mais de 1 milhão de casos nos últimos nove meses. Para reforçar a prevenção, a província prevê vacinar 167.763 crianças entre os 6 e 23 meses até ao final deste ano, no âmbito da expansão da nova vacina contra a doença.
A meta foi tornada pública esta quinta-feira durante a cerimónia do lançamento da expansão da vacina contra a malária.
Segundo Secretário de Estado na província, Fernando de Sousa, a vacina estará disponível em todas as unidades sanitárias e por meio de brigadas móveis que irão percorrer os distritos para garantir que todas as crianças elegíveis sejam abrangidas.
O governante avançou que os números continuam alarmantes, com a província a registar 1.075.175 casos de malária, situação que “aumenta o sofrimento das comunidades e coloca grande pressão sobre os serviços de saúde”.
O Diretor Provincial de Saúde, Magido Sabune, alertou que a malária representa actualmente 40% das consultas externas e 40% das internações nas unidades sanitárias, tendo apelado na ocasião o reforço das medidas preventivas, como o uso correto das redes mosquiteiras, eliminação de águas paradas e limpeza do capim próximo às residências.
O representante dos parceiros de cooperação, Inusso Rafael, destacou que a introdução da vacina começou em agosto de 2024 na Zambézia e está agora a ser expandida para quase todas as províncias, exceto a Província de Maputo e alguns distritos de Gaza, que iniciarão o processo posteriormente.
Rafael sublinhou que a vacina é segura, eficaz e gratuita, podendo ser administrada juntamente com outras vacinas do calendário nacional. Acrescentou que o sucesso desta fase depende do envolvimento dos líderes comunitários, religiosos, autoridades tradicionais, agentes de saúde e famílias.
Com esta expansão, Cabo Delgado dá um passo decisivo no combate à malária, reforçando a proteção das crianças e contribuindo para a redução da mortalidade e da transmissão da doença.(MRTV)

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